quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Lei determina horário para entrega de produtos e serviços no estado de Săo Paulo

A Lei 13.747 obriga os fornecedores de bens e serviços localizados no Estado de São Paulo a fixar data e turno para a entrega dos produtos ou realização dos serviços aos consumidores.

Devendo estipular, no ato da contratação, o cumprimento das suas obrigações nos turnos da manhã, tarde ou noite, em conformidade com os seguintes horários:

I - turno da manhã: compreende o período entre 7h00 e 12h00 (sete e doze horas);
II - turno da tarde: compreende o período entre 12h00 e 18h00 (doze e dezoito horas);
III - turno da noite: compreende o período entre 18h00 e 23h00 (dezoito e vinte e três horas).

Esta lei vigorará a partir da data de sua publicação (08/10/2009).

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Esqueça a próxima revolução da TI, olhe a contabilidade

Adesão ao IFRS pode significar mais profissionalismo e mais dinheiro injetado nas pequenas e médias empresas.


A grande mudança que pode lançar empresas para uma nova competitividade de mercado não está focada em uma nova revolução tecnológica, mas sim, baseada na padronização internacional das regras contábeis. Embora só as grandes empresas estejam preocupadas com isso, o mundo novo que se abre para as pequenas e médias empresas é enorme. Elas podem ser lançadas em um novo patamar de crescimento, muito mais profissional e lucrativo
Pode parecer pouco para quem vive cercado de grandes avanços científicos que mudaram o mundo corporativo nas últimas décadas. Mas, a adequação ao International Financial Reporting Standard (IFRS), conjunto de normas criadas pelo International Accounting Standards Board (IASB), pode significar mais profissionalismo e mais dinheiro injetado nas pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras.
“A conta é simples, com mais transparência e com uma linguagem comum a todos, a chance de conseguir mais dinheiro para crescer é maior”, explica o professor da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), Guillermo Braunbeck. Para o especialista, ao mostrarem balanços adaptados às novas normas, as empresas mostram que possuem menores riscos a quem deseja fazer parcerias ou colocar dinheiro visando lucro futuro.
Esse novo mundo se mostra uma opção interessante, mas os empresários ainda têm de escolher se querem ou não entrar nele. O IFRS é facultativo para as PMEs. Somente as grandes empresas com ações listadas na bolsa são obrigadas a adotá-lo. Para essas, o IASB produziu um documento volumoso, com mais de 2.500 páginas de modificações que devem ser feitas até o final de 2010. Porém, as vantagens que as PMEs podem tirar disso se tornaram tão importantes que o órgão lançou, em julho de 2009, um resumo das regras com 230 páginas. “O IASB descobriu que as PMEs poderiam ser lançadas no mundo globalizado do capital”, comenta Braunbeck.
No Brasil, as novas regras estão sendo discutidas em um fórum conjunto do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon). Todas as associações e órgãos ligados ao tema participam das discussões. A expectativa é que a IFRS passe a fazer parte das normas contábeis brasileiras para PMEs já em 2010. Com isso, elas passarão a ser consideradas as melhores práticas vigentes e se tornarão diferencial competitivo para as empresas.

Mudanças profundas
Para entender melhor o quanto a transparência contábil está ligada ao futuro das PMEs, basta ver como se portou a revendedora de produtos de TI para o mercado corporativo Softcorp, no auge da crise econômica de 2008. No último semestre do ano passado e no primeiro de 2009, quase todos os distribuidores e revendas ficaram pressionados pela falta de confiança e liquidez no mercado. Muitas empresas tiveram de se desdobrar na queda da demanda, falta de crédito na praça, elevação do custo operacional, complicações no fluxo de caixa e com os fabricantes enxugando prazos e aumentando as exigências para manter negociações.
Enquanto isso, a Softcorp fazia planos audaciosos de crescimento orgânico, com foco maior na oferta de serviços. Enquanto muitos canais não viam a hora daquela avalanche de más notícias acabar, a Softcorp apenas tinha o prazer de decidir onde e como colocaria o apoio financeiro do seu sócio majoritário, a IdeiasNet.
“A participação de um investidor no negócio muda completamente o dia-a-dia de uma empresa e dá fôlego para períodos de turbulência”, conta o CEO, Daniel Carneiro da Cunha. Mas, para isso, a companhia precisa mostrar saúde financeira e possibilidade de crescimento. E isso, internacionalmente falando e numa linguagem que todo capitalista entende, é feito na contabilidade adequada a regras internacionais.
Com os números mostrando a real situação do valor da empresa, o dinheiro chega fácil. Mas, há contrapartidas também. Ao se aproximar do mercado financeiro, as empresas precisam se profissionalizar. É preciso descartar uma série de práticas que têm moldado a contabilidade das PMEs historicamente e dizer adeus à gestão informal que encobre problemas de estrutura e falta de desempenho.
A Softcorp passou por isso. Fundada em 1989, a revenda começou a mudar seus negócios drasticamente a partir das negociações com a IdeiasNet, em 2001. Já no ano seguinte, a empresa começou uma política agressiva de crescimento com a aquisição de concorrentes e a abertura de filiais. A mentalidade dos gestores de cada área passou do planejamento sem objetivos concretos para metas específicas do negócio. “Hoje, qualquer ideia que surge aqui já vem com expectativa de Ebitda e retorno do investimento”, aponta Cunha.
Em 10 anos, a empresa passou do pequeno para o médio porte. Em 2002, o faturamento era menos de R$ 10 milhões. Em 2008, chegou a R$ 70 milhões. O crescimento em 2009 deve fechar entre 15% a 20%, mas em 2010 deve se elevar, fazendo a companhia fechar o ano com R$ 300 milhões.
Os números são resultado de uma grande transformação. Não existe nada mais profissional do que o mercado financeiro, e a aproximação com um investidor como a IdeiasNet ajudou a empresa na sua transformação para se posicionar como um canal com perfil integrador e fornecedor de soluções. As parcerias com fabricantes aumentaram e o modelo de gestão foi enxugado, reduzindo quase 25% da folha de pagamento. Algumas lideranças foram renovadas e outras extintas. A força de vendas recebeu incentivos e passou de 20 para 55 pessoas.
Hoje, a Softcorp tem mantém seis filiais (SP, RJ, MG, PR, ES e PE) e possui alianças com Microsoft, HP, Cisco, 3Com, McAfee, Symantec, CA, Citrix e Adobe, entre outros. A empresa já é enxergada como integrador e agora começa a fortalecer essa imagem no mercado. Toda essa transformação tem grande participação dos investimentos da Ideiasnet, que detém 97% de participação na SoftCorp. Nos últimos dois anos, a empresa recebeu aportes de R$ 4 milhões do seu parceiro capitalista, que deu fôlego para a profissionalização nos piores momentos da crise econômica.
A transparência da saúde contábil é visível para toda a equipe. As informações estratégicas são compartilhadas para facilitar a tomada de decisão e para balizar o modelo de remuneração variável, que alcança 100% dos funcionários.

O desafio é grande
A não obrigatoriedade das regras do IFRS deixa as pequenas e médias empresas livres para escolherem o futuro de seus negócios. Obviamente, não é interessante para a padaria ou o mercado do bairro entrarem no mundo do capitalismo globalizado. Mas, para chegarem a esse novo patamar, essas empresas terão de se renovar em sua contabilidade. A principal mudança é mudar o foco dos números.
“Em geral, a contabilidade das PMEs é voltada ao Fisco e apenas mostram suas obrigações com a Receita”, comenta o membro do conselho de administração do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), Ricardo Rodil. Para se tornarem interessantes para investidores internacionais e conseguirem melhores condições de crédito no mercado financeiro, o números devem ter outro objetivo. Ele deve servir de plano de ações futuras e de retrato do valor real da companhia.
Essa alteração pode trazer aumento de despesas num primeiro momento. A mais evidente é a elevação do custo do departamento contábil. “As empresas vão precisar treinar seus contadores para as novas normas e isso implica em um investimento adicional”, explica Rodil. A quantidade de notas explicativas certamente aumentará e a consolidação dos números deverá ser mais criteriosa. E essa mudança pode trazer impacto no montante de horas gastas ao fechar o balanço, também interferindo na hora/homem desses profissionais. No entanto, a companhia pode descobrir que vale mais do que pensa ou conseguir novos meios de abatimento fiscal.
Um dos itens mais afetados por isso deve ser a depreciação de ativos. Atualmente, as empresas adotam um padrão estabelecido pelo Fisco para fazer essa conta sobre a vida útil de seus bens. Alguns deles depreciam antes do prazo estipulado, fazendo o valor provisionado para a substituição interferir na taxa abatida do lucro e na cobrança de imposto de renda. As novas regras têm foco muito mais voltado para o investidor do que para a Receita, fazendo esses dados terem outro tipo de tratamento muito mais específico sobre sua importância para a operação da empresa e contribuindo para descontos em impostos.
Por outro lado, o leasing passa a fazer parte do balanço de uma forma que pode aumentar a despesa. Pelas novas regras, ele não é enxergado mais como um simples aluguel. O mecanismo tem relação direta com a performance da empresa e assim deve ser demonstrado. O exemplo mais claro que mostra essa mudança é a frota que geralmente atende a diretoria da empresa. O automóvel é essencial no deslocamento dos executivos na hora de fechar negócios ou fazer o atendimento a clientes. A adoção do IFRS trará o leasing para a sua essência de uso e não mais para uma despesa fora do negócio.
“Se as empresas entrarem nesse novo mundo, elas facilitarão a visualização de seu valor e conseguirão renovar suas estratégias”, destaca o gerente da área de auditoria da Deloitte, Ricardo Massa. A auditoria contábil também deve fazer parte das PMEs. “Embora não seja obrigatório, é uma forma de aumentar a confiança nos dados e interferir positivamente nos investimentos e captação de crédito”, ensina. Já que não há bolas de cristal disponíveis e confiáveis no mercado, as empresas devem usar os balanços adaptados ao IFRS para mostrar sua performance e perspectivas de um futuro promissor.
Fonte: CRN Brasil

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Comércio Reforça Investimentos

O primeiro Natal depois do fim da crise deve ser de vendas aquecidas. Lojistas e redes de varejo estimam negócios até 15% superiores aos do ano passado e reforçam investimentos para fazer frente ao au­­mento do consumo. Passada a turbulência, as empresas do setor ampliam estoques e aceleram a abertura de novas lojas. Para os lojistas, o Natal deve consolidar a retomada e abrir caminho para o aumento ainda mais forte de vendas no próximo ano.

A combinação de dois fatores – renda e crédito – sustenta a es­tratégia das empresas. O décimo terceiro salário deve colocar cerca de R$ 4,47 bilhões em circulação somente no Paraná e o crédito em alta deve alavancar as vendas a prazo. Além disso, ao contrário do que ocorreu no Natal de 2009, o consumidor está mais confiante na manutenção do seu emprego. “No fim do ano passado, muita gente preferiu segurar gastos e economizar para uma eventual perda do emprego em 2009”, lembra Vam­berto Santana, consultor econômico da Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio).

A maior parte das empresas está aumentando investimentos para o Natal nesse ano. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) com os 72 maiores shoppings centers do país revela que o valor aplicado em decoração e campanhas para o Natal nesse ano será até 50% maior do que no ano passado. Cada centro vai investir, em média, R$ 1,5 milhão. A previsão é que as vendas cresçam 11%.

As grandes redes de varejo, por outro lado, reforçaram os estoques. Os pedidos de eletroeletrônicos aumentaram 25% em relação aos do ano passado. Os de eletrodomésticos de linha branca estão 15% maiores. O presidente da Associação Paranaense de Supermercados (APRAS), Pedro Joanir Zonta, estima um aumento de 13% a 15% nas vendas natalinas. O setor de supermercados deve encerrar o ano com um crescimento real – já descontada a inflação – de 6% em 2009. “Em 2010 esperamos um crescimento de 6% a 8%”, afirma. Para fazer frente a esse movimento, as redes estão acelerando a abertura de lojas. Zonta, que é presidente da rede Condor, conta que o grupo deve investir R$ 80 milhões no próximo ano na abertura de mais três lojas e na reforma de unidades já existentes.

O comércio de rua e de shopping center também segue a estratégia. Com previsão de um aumento de vendas de 15% a 20% nesse Natal, o grupo Omar Calçados, ho­­je com 21 lojas, se prepara para aumentar o ritmo de investimentos em 2010. A empresa deve abrir entre duas e quatro lojas no próximo ano, segundo Luiz Henrique Linhares, gerente do grupo. “ Em 2009 não abrimos novas lojas. Em 2010 retomamos o nível de inaugurações que tínhamos em 2008”, diz.

Expansão

Com o aquecimento das vendas, a rede de lojas Marisa, que previa inaugurar seis novas unidades em 2009, revisou seus planos e deve encerrar o ano com 12 novos pontos no país . Em 2010 serão mais 28 lojas. A Lojas Americanas anunciou que planeja abrir 400 novas lojas no Brasil nos próximos quatro anos, com investimentos estimados em R$ 1 bilhão. A rede de livrarias Curitiba prevê inaugurar mais uma loja no fim de novembro em São José dos Pinhais, na região de Curitiba, outra em Joinville (SC) em abril de 2010 e negocia instalação de mais três unidades no Paraná, Santa Catarina e São Paulo.

Segundo Vamberto Santana, da Fecomércio, o comércio chegou a adiar alguns projetos de ampliação em função da crise principalmente no primeiro trimestre de 2009, quando as vendas foram mais fracas. A retomada a partir dos meses seguintes fez com que a maior parte das empresas voltasse a pensar em investimentos a partir desse segundo semes­tre. “Fe­­charemos esse ano com um volume de investimentos menor do que no ano passado, que, apesar da crise, foi muito bom entre janeiro e setembro. Mas em 2010, o volume deve voltar a crescer”, diz.

De acordo com ele, além da renda e do crédito, a Copa do Mundo, as eleições e a intenção do governo de acelerar a conclusão de algumas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) são fatores que devem ter impacto positivo nas vendas do setor.

Fonte:Gazeta do Povo