quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Banco Central Lança Nova Família de Cédulas

A nova família de cédula do Real vai custar cerca de R$ 1,15 bilhão ao contribuinte na substituição em três anos, informou o chefe do Departamento de Meio Circulante do Banco Central (BC), João Sidney Filho. Para a rede bancária, o custo adicional será "trocar as caixinhas" que separam as notas nos caixas eletrônicos, por onde circulam 70% do dinheiro em todo o país.

Sidney explicou que todo o meio circulante de 4,2 bilhões de unidades de cédulas atuais será substituído de forma gradativa, sendo que as notas de R$ 100 e R$ 50 começam em abril, com previsão de produção inicial de 200 milhões. Depois virão as notas de R$ 20 e 10, em 2011, e as de R$ 5 e R$ 2, no ano seguinte.

Ele explicou que, até agora, o BC pagava à Casa da Moeda cerca de R$ 170 por milheiro de cédula. Passará a pagar cerca de R$ 200. Dessa forma, o custo adicional estimado ficará em torno de 28%, sobre o orçamento de R$ 300 milhões previsto para este ano. Ou seja, será um adicional aproximado de R$ 84 milhões em três anos.

O técnico do BC informou ainda que todo o dinheiro em circulação tem valor aproximado de R$ 115 bilhões, sendo que 97% desse montante, ou R$ 111,5 bilhões, são cédulas e o restante, moedas.

A Casa da Moeda investiu R$ 400 milhões na modernização de seus equipamentos, dos quais R$ 230 milhões foram em novas máquinas para a produção de cédulas.

Haverá um ganho de 30% na vida útil das cédulas de menor valor (R$ 2 e R$ 5, por exemplo), que hoje duram em média um ano, por causa da envernização do papel, explicou Sidney.

Ele enfatizou que, desde 2005, o BC vem trabalhando na segunda família do Real com grande foco em segurança, como novas nuances nas tonalidades da marca d´água. Cada animal da cédula será a marca d´água, como já é nas notas de R$ 2 e de R$ 20. Destaque ainda para a banda holográfica, existente na de R$ 20 e muito usada no euro.

O tamanho da cédula será reduzido, de acordo com o valor. Hoje, todas são iguais, ou seja, medem 13,5 cm por 6,5 cm. No modelo novo, a de R$ 2 medirá 12,1 cm por 6,5 cm e a maior, a de R$ 100, terá 15,6 cm por 7 cm.

Sidney informou que 83% dos países em todo o mundo adotam cédulas de tamanhos diferentes, como o euro, por exemplo, de forma a facilitar para os deficientes visuais. Ele também lembrou que a antiga cédula do Cruzeiro, na década de 1970, também tinha tamanhos diferenciados.

O representante do BC comentou que a média atual de falsificação é de 143 em cada um milhão de cédulas em circulação. Disse também que a substituição das cédulas deverá estar concluída "já na Copa do Mundo de 2014", apenas pelo processo de saneamento, quando os bancos levam notas usadas e pegam cédulas novas no BC.

Novas cédulas são mais seguras e seguem padrão internacional, diz Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira que as mudanças nas cédulas do real foram feitas por segurança contra falsificação e para acompanhar a tendência de outros países. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, reforçou a necessidade de atualização tecnológica e disse que, apesar das mudanças, foram preservadas as características das cédulas.

A troca das cédulas antigas pelas novas, segundo Meirelles será feita "naturalmente", de acordo com o desgaste das primeiras. "As duas famílias --a velha e a nova--, vão conviver. Não é necessário que a população vá ao banco trocar as notas", afirmou o presidente do BC.

A nova série de notas entrará em circulação gradualmente até 2012, mas as notas em circulação continuarão a valer até a substituição integral.

"[A mudança] é necessária porque temos que emitir cédulas que sejam mais seguras, que possam evitar procedimentos de falsificação que podem ocorrer com cédulas mais simples", afirmou Mantega. "Estamos emitindo cédulas de ultima geração que são compatíveis com as mais modernas do mundo, como o euro e o dólar".

O presidente do BC afirmou que as novas notas de R$ 50 e R$ 100 serão as primeiras a circular, no primeiro semestre.

"Quando o real foi introduzido, em 1994, isso foi feito de uma forma rápida, portanto o projeto de consolidação e emissão de uma moeda agora com características de longo prazo é natural", afirmou Meirelles.

As novas notas têm impressão superior e elementos de segurança como a marca d'água foram redesenhados de forma a facilitar a identificação pela população e dificultar a falsificação.

Nas notas de R$ 50 e R$ 100 foi incluída uma faixa holográfica com desenhos personalizados por valor o que, de acordo com o BC, é um dos mais sofisticados elementos anti-falsificação existentes.

O projeto das novas cédulas vem sendo desenvolvido desde 2003 pelo Banco Central e pela Casa da Moeda do Brasil. As notas atenderão ainda a uma demanda dos deficientes visuais, já que poderão ser identificadas por seus tamanhos diferentes e terão marcas táteis em relevo aprimoradas em relação às já existentes.

A Casa da Moeda modernizou seu parque fabril para poder produzir as novas moedas. Com isso, de acordo com o Banco Central, o órgão tem tecnologia para imprimir hoje qualquer moeda existente no mundo, incluindo o dólar e o euro.

Mudanças

As novas notas mantiveram as mesmas cores das antigas e os mesmos animais. Os tamanhos serão diferentes, a de R$ 2 é a menor, a de R$ 5 um pouco maior, e assim sucessivamente, a exemplo do euro.

A frente da cédula está visualmente mais limpa, mantida a efígie da República. A cédula ganhou, do lado direito, uma faixa com o valor da nota escrito e, do lado esquerdo, um grafismo com figuras do habitat de cada animal --a nota de R$ 100, por exemplo, que tem uma garoupa no verso, ganhou na frente figuras que remetem ao mar.

No verso, as figuras de animais foram modificadas e estão agora na horizontal. A nota de R$ 50, por exemplo, traz a mesma figura da onça pintada, agora deitada sobre uma pedra.


Fonte: UOL Economia

Verso Notas de R$ 100,00 e R$ 50,00

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