A
preocupação com regulamentar o uso das redes sociais no Brasil já atinge 55%
dos gestores, em uma média global de apenas 20%, segundo dados da Consultoria
ManPower
As
redes sociais popularizam-se e, com elas a rotina das empresas também mudou. O
Brasil está entre os quatro países que mais acessam as redes sociais junto com
Rússia, China e Índia. A grande preocupação das empresas e dos gestores na
atualidade é quanto ao uso destas ferramentas de comunicação pelos
colaboradores durante o expediente, o que gera insegurança sobre as informações
sigilosas que possam transitar nessas redes e a queda da produtividade.
Preocupadas com a produtividade, muitas acabam por limitar o acesso às redes,
outras as liberam se valendo de um regulamento interno para estabelecer os
limites dos acessos. Diante disso, muita insegurança jurídica tem preocupado o
universo corporativo.
A
preocupação com regulamentar o uso das redes sociais no Brasil já atinge 55%
dos gestores, em uma média global de apenas 20%, segundo dados da Consultoria
ManPower.
Segundo
o advogado de Crivelli Advogados, Antônio Carlos Bratefixe Júnior, o grande
desafio na criação dos regulamentos é não ultrapassar os limites do poder
diretivo. “Não há como criar um regulamento e implantá-lo diretamente em uma
empresa, sem estudar e analisar exatamente o que se pretende com ele e como
será sua aplicação. O tempo dos regulamentos genéricos já não existe mais. É
necessário que o profissional que esteja designado para criá-lo conheça
profundamente o funcionamento das redes sociais, bem como toda a estrutura de
acesso e caminhos para interagir com elas”, afirma.
O
especialista recomenda como saída mais segura o envolvimento da gestão
administrativa e uma linha de comunicação que envolva três áreas: RH, TI e
Jurídico. A primeira com entendimento das necessidades da empresa e gestores; o
TI como responsável por avaliar e implementar as ferramentas necessárias e o
Jurídico como competência para avaliar os padrões legais e normativos seguros e
razoáveis. No seu ver, o uso das redes sociais no ambiente de trabalho é tema
que envolve não só produtividade ou segurança da informação de uma empresa, mas
sim, uma total mudança de comportamento e cultura na própria forma de
desenvolvimento das tarefas que todos devem estar atentos, assim como ocorreu
com o e-mail anos atrás.
Na
avaliação de Bratefixe, “não é razoável criar um sistema de segurança dentro de
uma empresa que vede o ingresso em suas dependências com esses dispositivos”.
Isto porque hoje não é somente o computador que acessa uma rede social. Existem
os dispositivos móveis, smartphones, iPods, iPads, e-readers etc... e cada vez
mais todo e qualquer dispositivo será integrado com uma rede social. Cabe a
cada empresa discutir o impacto que as redes sociais causam em suas áreas de
atuação e sobre o seu próprio negócio.
Segundo
o Ibope NetRatings (2012), o Brasil é o 5º país mais conectado. Cerca de 85% de
brasileiros que acessam a internet utilizam as redes sociais, dos quais 53%
acessam diariamente pelo menos uma rede social, isso faz com que o brasileiro
fique 25% do seu tempo de navegação "logado" em uma rede social.
Para
evitar passivos trabalhistas, o advogado orienta as empresas a terem os
seguintes cuidados ao criarem normas e regulamentos internos: estabelecer
regras básicas e gerais; ter o seu cumprimento obrigatório; manter o equilíbrio
do poder diretivo; respeitar os limites da privacidade e intimidade; ser
transparente aos tipos de vedação/regulamentação; estar integrado aos objetivos
da empresa; ter controle e aplicação rígida e eficiente; ser atualizado
constantemente e redigido sob o ponto de vista legal e tecnológico.
Fonte:
Revista Incorporativa
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