A
equipe da presidente Dilma Rousseff trabalha com a possibilidade de o Banco
Central fazer mais dois cortes de 0,50 ponto percentual cada um na taxa de
juros neste ano, que cairia dos atuais 8% para 7% em 2012.
Segundo
a Folha apurou, o governo dá como certo que na próxima reunião do Copom (Comitê
de Política Monetária), no final de agosto, o BC irá repetir a dose das últimas
reuniões e reduzir a taxa Selic para 7,5%.
Para
o encontro seguinte, agendado para 9 e 10 de outubro, assessores presidenciais
avaliam que ainda há espaço para o BC testar níveis mais baixos para a taxa de
juros, fazendo um novo corte de 0,50 ponto percentual.
Este
último movimento, porém, não é visto como totalmente garantido dentro do
governo. Segundo assessores presidenciais, caso a economia já esteja em franca
recuperação no segundo semestre, o BC pode preferir interromper o processo de
redução de juros de olho na inflação no próximo ano.
Por
ora o governo avalia que só no último trimestre de 2012 a economia estará
crescendo a um ritmo de 4% ao ano. Nos três meses anteriores (julho a
setembro), a expectativa é que a velocidade seja um pouco menor. Este cenário,
segundo assessores, poderia garantir mais um corte na taxa de juros.
Anteontem
o BC reduziu a Selic de 8,5% para 8%. Em seu comunicado, o Copom não deu sinais
de que pode estar chegando ao fim o ciclo de cortes na taxa básica de juros da
economia, iniciado em agosto de 2011. A expectativa é se algum recado virá na
ata do Copom, que será divulgada na próxima semana.
Quanto
à última reunião do ano do comitê, marcada para 27 e 28 de novembro, a
avaliação quase consensual no governo é que será muito difícil o BC seguir
reduzindo os juros por conta da expectativa de que o país já estará crescendo
na casa de 4% na virada de 2012 para 2013.
Uma
mudança de rumo somente acontecerá, segundo assessores, caso a economia
surpreenda negativamente e registre uma recuperação num ritmo ainda lento nos
últimos seis meses do ano.
Salvo
algum evento externo, como uma piora na crise na Europa, a equipe da presidente
Dilma dá como certo, porém, que o segundo semestre será positivo no desempenho
da economia brasileira.
Além
dos estímulos dados no primeiro semestre (reduções de juros e impostos), o
governo prepara um pacote de concessões em rodovias, ferrovias, aeroportos e
portos, que devem estimular os investimentos privados.
Fonte:
Editoria de Arte/Folhapress
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