Mas
até o governo já admite que o salto será menor, mais próximo de 1,5%.
Victor
Martins
Amanhã,
o Banco Central decidirá se continua ou não a cortar a taxa básica de juros
(Selic). Para o mercado, não há dúvidas: o Comitê de Política Monetária (Copom)
derrubará o indicador em 0,50 ponto percentual, para 8% ao ano — novo piso
histórico. A diretoria colegiada da instituição, reunida desde hoje para
avaliar o desenrolar da economia nos últimos 45 dias e também o futuro do país,
está convencida de que é preciso dar mais estímulos à atividade, debilitada
pela crise mundial. O pessimismo é tanto, que os analistas reduziram as
projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano pela nona semana
seguida, agora para 2,01%. Mas até o governo já admite que o salto será menor,
mais próximo de 1,5%.
Os
analistas entendem, porém, que qualquer que seja a decisão do BC, ela não terá
mais impacto sobre a economia neste ano. Pela defasagem de política monetária,
qualquer corte na Selic surtirá efeitos apenas entre o primeiro e o segundo
trimestre de 2013. "Essas decisões vão influenciar, porém, as expectativas
do mercado", observou Eduardo Velho, economista-chefe da Prosper
Corretora. José Luís Oreiro, professor da Universidade de Brasília (UnB),
acrescentou que mais cortes nos juros ajudarão a melhorar a confiança e o
ambiente de investimentos produtivos no país. "Eu insistiria com cortes de
0,5 ponto até a economia começar a dar algum sinal de que está acelerando a sua
atividade", disse. É possível, segundo ele, que a Selic caia a 6% ao ano.
Ainda
na visão de Oreiro, o pessimismo dos empresários é um dos fatores que tem
atrapalhado o desempenho da economia brasileira. "Mas não é apenas isso. O
modelo de crescimento puxado pelo consumo e pelo crédito bancário está dando
sinais de esgotamento por causa do aumento do endividamento das famílias",
afirmou. Ele listou também como travas para o PIB a desaceleração da China e a
"desindustrialização" do país.
Para
Carlos Thadeu de Freitas, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio
(CNC), o BC poderá ser um pouco mais ousado, diante da inflação comportada, em
convergência para o centro da meta do governo, de 4,5% ao ano.
Fonte:
Correio Braziliense
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